domingo, 27 de outubro de 2013

Ausência

Os sinos, as casas compunham
o tempo, sem eira nem beira
pedaços de nós, de feiras;
fornadas de pães.

Pudessem, indagariam o vento;
reivindicariam os meios;
rasgariam as folhas.

As palavras silenciam,
mas não adormecem.

Lou Vilela

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Temporais do absurdo


quem chorará meus mortos
[perquiriu o personagem de patins
sobre a via esburacada]
quando me couber sorrir?

quem chorará a relva
atrasada no caminho?

os apressados a pisoteiam
os aluados a referendam [mas não cuidam]:
uma relva estática na folha
simbolizará o mundo?

quem chorará meus mortos
temporais do absurdo?

Lou Vilela